Fora álcool e cigarro, que não são ilegais, solvente é substância mais usada
Carolina Brígido escreve para ‘O Globo’:
Um estudo patrocinado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) revelou que 12,7% dos estudantes de 10 a 12 anos já fizeram uso de algum tipo de droga.
Esse índice chega a 15,1% no Sudeste, região em que a situação é mais crítica. Com exceção de álcool e cigarro, que não são considerados ilegais, o solvente é a substância preferida dos entrevistados.
Elaborada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) desde 1987, a pesquisa mostra como o consumo de drogas se reflete na freqüência escolar: 53,6% dos entrevistados que já haviam usado a droga ao menos uma vez faltaram às aulas no mês anterior.
A pesquisa teve o objetivo de traçar o perfil do consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes dos ensinos fundamental e médio na rede pública das capitais.
Foram entrevistados 48.155 jovens com idades entre 13 e 15 anos. O estudo mostra que quem já usou drogas está mais defasado na escola do que quem nunca experimentou.
Entre 25 países, maior taxa de uso de solventes
Em uma lista comparativa entre 25 países pesquisados, o Brasil apresenta a maior taxa de uso de solventes. Dos entrevistados, 18% usaram esse tipo de droga pelo menos uma vez.
Em outro ranking, de 13 países, o Brasil aparece com o quinto maior percentual de uso de algum tipo de droga: 22,6%. O primeiro lugar é dos EUA, com 39,8%, seguido de Barbados, Guiana e Belize. O menor percentual foi registrado no Paraguai, com 5,6%.
O estudo mostrou ainda a média etária dos jovens que experimentam alguma droga. No caso do álcool e do tabaco, a iniciação é considerada precoce: a média nacional é de 12,5 anos e 12,8 anos, respectivamente.
O primeiro uso da maconha ocorre em média aos 13,9 anos e o da cocaína, aos 14,4 anos.
O relatório da pesquisa sugere que as intervenções para se diminuir o abuso de álcool e de outras drogas devem ser conjuntas a ações para adiar o primeiro gole e o primeiro cigarro.
O álcool é a substância mais usada. Segundo a pesquisa, 65,2% dos entrevistados disseram ingerir bebidas alcóolicas. Em seguida vem o tabaco, com 24,9%.
O terceiro lugar é dos solventes, com 18%. Os energéticos aparecem com 12%, seguidos de maconha (5,9%), ansiolíticos (4,1%), anfetamínicos (3,7%), e cocaína (2%).
Ainda segundo o estudo, 11,7% dos jovens fazem uso freqüente de bebidas. Apesar de preocupante, constatou-se que o consumo de álcool caiu em nove de dez capitais avaliadas desde 1987.
A pesquisa também mostrou que a maioria dos jovens que já utilizou droga ao menos uma vez na vida é pobre: 71,6% são das classes C, D e E.
O uso pesado de drogas, determinado como sendo de 20 vezes ou mais no mês que precedeu à pesquisa, atingiu 2,3% dos estudantes.
Entre os jovens que relatam não fazer consumo pesado de drogas, a maior parte mantém um bom relacionamento com os pais e os pais se relacionam bem entre si.
Esses alunos também relataram seguir uma religião. Segundo o estudo, o fato de os pais serem autoritários ou liberais pouco influiu no consumo de drogas dos filhos.
(O Globo, 1/6)
Carolina Brígido escreve para ‘O Globo’:
Um estudo patrocinado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) revelou que 12,7% dos estudantes de 10 a 12 anos já fizeram uso de algum tipo de droga.
Esse índice chega a 15,1% no Sudeste, região em que a situação é mais crítica. Com exceção de álcool e cigarro, que não são considerados ilegais, o solvente é a substância preferida dos entrevistados.
Elaborada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) desde 1987, a pesquisa mostra como o consumo de drogas se reflete na freqüência escolar: 53,6% dos entrevistados que já haviam usado a droga ao menos uma vez faltaram às aulas no mês anterior.
A pesquisa teve o objetivo de traçar o perfil do consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes dos ensinos fundamental e médio na rede pública das capitais.
Foram entrevistados 48.155 jovens com idades entre 13 e 15 anos. O estudo mostra que quem já usou drogas está mais defasado na escola do que quem nunca experimentou.
Entre 25 países, maior taxa de uso de solventes
Em uma lista comparativa entre 25 países pesquisados, o Brasil apresenta a maior taxa de uso de solventes. Dos entrevistados, 18% usaram esse tipo de droga pelo menos uma vez.
Em outro ranking, de 13 países, o Brasil aparece com o quinto maior percentual de uso de algum tipo de droga: 22,6%. O primeiro lugar é dos EUA, com 39,8%, seguido de Barbados, Guiana e Belize. O menor percentual foi registrado no Paraguai, com 5,6%.
O estudo mostrou ainda a média etária dos jovens que experimentam alguma droga. No caso do álcool e do tabaco, a iniciação é considerada precoce: a média nacional é de 12,5 anos e 12,8 anos, respectivamente.
O primeiro uso da maconha ocorre em média aos 13,9 anos e o da cocaína, aos 14,4 anos.
O relatório da pesquisa sugere que as intervenções para se diminuir o abuso de álcool e de outras drogas devem ser conjuntas a ações para adiar o primeiro gole e o primeiro cigarro.
O álcool é a substância mais usada. Segundo a pesquisa, 65,2% dos entrevistados disseram ingerir bebidas alcóolicas. Em seguida vem o tabaco, com 24,9%.
O terceiro lugar é dos solventes, com 18%. Os energéticos aparecem com 12%, seguidos de maconha (5,9%), ansiolíticos (4,1%), anfetamínicos (3,7%), e cocaína (2%).
Ainda segundo o estudo, 11,7% dos jovens fazem uso freqüente de bebidas. Apesar de preocupante, constatou-se que o consumo de álcool caiu em nove de dez capitais avaliadas desde 1987.
A pesquisa também mostrou que a maioria dos jovens que já utilizou droga ao menos uma vez na vida é pobre: 71,6% são das classes C, D e E.
O uso pesado de drogas, determinado como sendo de 20 vezes ou mais no mês que precedeu à pesquisa, atingiu 2,3% dos estudantes.
Entre os jovens que relatam não fazer consumo pesado de drogas, a maior parte mantém um bom relacionamento com os pais e os pais se relacionam bem entre si.
Esses alunos também relataram seguir uma religião. Segundo o estudo, o fato de os pais serem autoritários ou liberais pouco influiu no consumo de drogas dos filhos.
(O Globo, 1/6)
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